terça-feira, 6 de julho de 2010

Plano de Aula - Filme da Disney na escola


Faculdade de Educação da Baixada Fluminense

Disciplina: Escola como Espaço Político Pedagógico III

Alunos: Izabelly Cristine e Joilton Lopes de Brito Lemos

Filme: Tinker Bell – Uma aventura no mundo das fadas



No mundo das fadas, todas as fadas são agrupadas em talentos. Cada grupo faz a sua parte do trabalho.

No reino da fada Tinker Bell, as fadas trabalham o ano inteiro, preparando as coisas para a chegada da primavera. Elas fazem tudo o que existe nesta estação, quando terminam seu trabalho, levam tudo o que foi produzido para o planeta Terra.
Quando Tinker Bell nasceu ela foi escolhida para o grupo dos artesãos. No decorrer da história, ela ficará muito triste pois descobrirá que os artesãos não podem ir para o continente. Então, a fadinha resolve trocar o seu talento com a ajuda se suas amigas. 
Tinker Bell na sua busca intensiva por um novo talento acaba destruindo tudo o que foi feito para o início da primavera.
 Muito triste, Tinker Bell começa a valorizar seu talento e cria várias máquinas para refazer o que foi perdido. Em poucas horas a fadinha consegue, com suas invenções, fazer tudo o que demorou o ano inteiro para ser produzido.
  
O filme é carregado de uma ideologia capitalista. Em determinado momento do filme a personagem principal soluciona o problema a partir de suas invenções. Ela mostra que o uso da tecnologia substitui o trabalho manual, fazendo em poucas horas o que todas as fadas demoram o ano inteiro para fazer.
Ora, se Tinker Bell consegue realizar todos os trabalhos durante poucas horas, o que será das outras fadas? 
Isso significa que o trabalho das outras fadas não tem importância, porque as invenções dew Tinker Bell conseguem realizar todos os serviços.

PLANO DE AULA
 
Tempo Estimado: 
Filme: 1h. 20 min. 
Atividade: 50 min. 

Público alvo:
4º ano

Objetivos: 
Identificar o talento das pessoas; 
Reconhecer a importância das profissões.

Conteúdo: 
A importância dos talentos para a vida em sociedade.

Recursos: 
Papel, DVD, datashow, filme ( Tinker Bell – uma aventura no mundo das fadas ).

Desenvolvimento:

1° Passo: Assistir o filme;

2º Passo: Cada aluno ganhará um papelzinho com o nome de um colega da turma. O aluno deverá identificar o talento desta pessoa.

3º Passo: Em roda, os alunos vão ser convidados a falar o talento que eles acham que o colega tem. Este deve confirmar se tem ou não o talento. Caso não tenha, deve identificar o seu talento, podendo ter ajuda dos colegas.

4º Passo: O professor explicará que todos têm um talento. Neste momento será citada algumas profissões, ressaltando a importância delas para a sociedade. Ao falar, o professor mostrará fotos dos profissionais.

5º Passo: Cada aluno deverá comentar o talento de alguém com quem convive, expondo a importância desse talento.

Avaliação : 
A avaliação será feita no decorrer da atividade, levando em consideração a participação e o interesse do aluno.







A Disneyzação da Cultura Infantil



Henry A. Giroux tornou-se crítico cultural a partir da convivência com seus filhos. Como pai solteiro de três garotos, Henry A. Giroux foi inserido no mundo dos filmes animados de Hollywood, em específico, os da Disney. Ao assisti-los constantemente, ele percebeu que os filmes ultrapassavam a esfera do divertimento. A partir disso, Giroux começou analisar, de forma crítica, a cultura infantil.
Giroux (1995) observou que os filmes inspiram tanto a autoridade cultural e legitimidade para ensinar papéis específicos, ideais e valores quanto locais de aprendizagem (escolas, instituições religiosas e família). Diante disso, fica explícito que  a ideologia da Disney forma a identidade das crianças.
Para o autor

Nas versões televisivas e hollywoodianas da cultura infantil, os personagens dos cartoons se tornam protótipos para uma ofensiva de marketing e de merchandising, e dramas de vida reais (ficcionalizados ou não), se tornam um veículo para estimular a crença de que felicidade é sinônimo de viver num bairro rico com uma família de classe média, branca e intacta. ( GIROUX, 1995, p.52)
  
Os filmes animados reforçam a ideia de homogeneidade cultural. As outras crenças são excluídas e/ou marginalizadas pelos mesmos. 
Outro ponto ressaltado pelo autor é a aparente ingenuidade dos filmes. Essa característica pode ser entendida como jogada de marketing, pois

a pretensão da Disney à inocência se apresenta para alguns críticos como pouco mais que uma máscara promocional que oculta suas agressivas técnicas de marketing para educar as crianças para as virtudes de se tornarem consumidoras ativas. (GIROUX, 1995, p.56)

O objetivo da Disney é transformar, através do comércio de seus inúmeros produtos, as crianças em consumidoras. Agindo assim, ela acaba mercantilizando a cultura infantil.
A Disney deve ser analisada pelos pais e professores (as), pois seus filmes moldam os valores das crianças. Giroux afirma que:

é importante discutir os filmes animados da Disney sem simplesmente condená-la como uma empresa ideologicamente reacionária, promovendo, de forma mistificadora e sob o disfarce do entretenimento, uma visão conservadora do mundo; mas tampouco devemos simplesmente celebrá-la como uma fonte de alegria e felicidade para as crianças de todo o mundo. (1995, p.58) 

Os filmes animados da Disney precisam ser questionados, pois eles constroem a cultura infantil. Sendo assim, os mesmos não podem passar despercebidos pelos adultos.
Pais, mães e educadores (as) precisam observar como os filmes são compreendidos pelas crianças, pois “questões referentes à construção do gênero, da raça, da classe, da casta e outros aspectos do eu e da identidade coletiva são princípios definidores dos filmes infantis da Disney” (GIROUX, 1995, p.74)
Diante disso, torna-se necessário a leitura crítica desses filmes, para evitar que a ideologia da Disney seja concebida, pelas crianças, como verdade absoluta.
 

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
GIROUX, Henry A. “A Disneyzação da Cultura Infantil”. In: SILVA, Tomaz Tadeu da. MOREIRA, Antonio Flavio (Orgs.). Territórios Contestados – O Currículo e os Novos Mapas Políticos e Culturais. Petrópolis: Vozes, 1995, p.49-81.